Pedro Bial reúne jovens mulheres atuantes na renovação política

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Bial entrevista Ilana Sabó e Tabata Amaral de Pontes

Pedro Bial, em seu programa Conversa com Bial, que vai ao ar de segunda a sexta, depois do Jornal da Globo, recebeu três mulheres para falar sobre a renovação política que as novas gerações estão promovendo no País, atuando através de movimentos que utilizam a mobilização pela internet e tem o desafio de fazerem outros jovens gostarem de política. Segundo ele, são 160 movimentos atualmente.

A primeira entrevistada foi a cientista política de 23 anos Tabata Amaral de Pontes, do movimento Acredito. Tabata Amaral saiu da escola pública e passou em Harvard e outras seis faculdades dos EUA. O programa também contou com as presenças da cientista política Ilona Szabó e a economista Alessandra Orofino para um bate-papo sobre uma possível nova política para o Brasil.

“Eu queria ser cientista, ganhei uma bolsa em Harvard e daí comecei a estudar lá. Tinha um mentor americano, tinha tanta gente dando oportunidade que resolvi estudar. Assim que fui aceita em Harvard, perdi meu pai para as drogas. Não tinha como eu ficar nos Estados Unidos”, contou Tabata. Ela falou de sua origem, bastante humilde, e que sua história começou a mudar quando se destacou na olimpíada de matemática de escolas públicas. “Eu amo política, é um serviço para a o país.” Ela cursa Ciências Políticas e pretende entrar para a política em alguns anos, porque seu sonho é que o Brasil tenha uma das melhores educações públicas do mundo.

“Eu acho que esse é um sonho e esse sonho é uma metáfora para uma coisa maior. Quero ficar velhinha e pensar que contribui para um mundo melhor”, afirma Tabata.

Para ela, direita e esquerda é coisa do passado: “Precisamos ir além da direita e da esquerda, quando a gente vai parar de defender ‘a minha bandeira é mais bonita’?”

Ilona também quer ser agente da mudança no Brasil. “Sou apaixonada pelo Brasil, mas não tem como a gente fechar os olhos. A Tabata é o Brasil que deu certo, mas quantas Tabatas estamos perdendo?” Ela revela que queria trabalhar com resoluções de conflito, de guerra e foi parar na Suécia, com uma bolsa de estudos, para estudar resolução de conflitos. Suas áreas de atuação envolvem segurança pública e direitos humanos.

Alessandra Orofino, do movimento “Nossas”

A economista Alessandra Orofino foi a terceira convidada de Bial. Ela é fundadora do projeto “Nossas” e defende que, às vezes, política também se dá no embate. O projeto propõe mudar as práticas do poder público sem entrar no Parlamento ou nos órgãos governamentais. O “Nossas” se originou do projeto “Meu Rio”, que tinha como objetivo envolver o cidadão na política local sem passar por uma ocupação dos cargos eletivos, mas trabalhando com a pressão sobre os representantes eleitos, exigindo deles uma tomada de posição. Ela explicou que a instituição tem pequenas equipes em cada cidade abrangida que monitoram as políticas públicas, isto é, as Câmaras de Vereadores e o Executivo local, elas identificam o momento em que uma decisão importante vai ser tomada ou uma decisão que deveria ser tomada e não está na pauta, para que se faça pressão para que aconteça. O “Nossas” está em várias cidades brasileiras com o nome de cada uma: Minha Sampa, Meu Recife etc.