A imagem da experiência

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Recentemente recebi do amigo Rodrigo Gontijo a frase abaixo e a sugestão para escrever sobre este ponto. Por se tratar de um tema superinteressante, aceitei na hora.
A frase dizia o seguinte: “Por que os recrutadores não querem contratar pessoas com mais de 50 anos, mas buscam por médicos, pilotos e mentores de cabelos brancos?” – Ester Morgan.
Será que já aconteceu com você de entrar em um consultório médico e fazer um pré-julgamento da aparência quanto à jovialidade daquele profissional?
Será que temos um alto nível de conforto quando entramos num avião, por ignorar completamente a idade do piloto e o volume de horas de voo que ele tem?
Será que ele estudou para ser um dos melhores alunos da faculdade ou apenas para passar e ter um certificado?
Você confiaria em alguém que tenha se esforçado tanto quanto você para se tornar um profissional de alta performance?
O convite aqui é para refletir o quanto, às vezes, podemos ser preconceituosos em relação à experiência de um indivíduo. Sabemos que existem muitas pessoas que desde cedo possuem um talento nato para aquilo que decidiram ser e somos humanos, o medo faz parte dos sentimentos existentes em nossa cabeça. Dessa forma, é normal pensar que quando você está com a sua vida em risco, quer seja financeira, emocional ou física, você queira alguém com muitos quilômetros rodados, experiências comprovadas e muitos casos de sucesso. Espera que seja um profissional que tenha sido muito comprometido com o seu estudo e que tecnicamente atenda a todos os requisitos necessários para entender daquela situação e prover a melhor solução.
Temos também o outro lado, imagine-se tendo uma consulta com um profissional 60+. Nesse caso, outras perguntas podem vir a sua mente, por exemplo, será que ele está atualizado? Será que ele ainda tem a habilidade necessária para resolver esse tema/situação?
Perceba que pode haver em nosso inconsciente uma imagem pré-definida e, quando nos confrontamos com algo que conflita com o que idealizamos, nesse momento pode acontecer a rejeição. Isso é algo inconsciente e precisamos analisar caso a caso.
Muitas vezes, o indivíduo pode estudar uma nova profissão nos seus 40 ou 50+ e isso faz com que profissionais de cabelos grisalhos possam ser iniciantes parecendo especialistas na carreira. O importante é você se dar a condição de explorar, questionar sobre o currículo de cada um, a experiência vivida e confiar na sua intuição. A imagem da experiência está completamente relacionada às suas crenças e valores.
Deixo essa reflexão contigo, afinal, nós somos também avaliados diariamente pelo que somos, o que fazemos e a aparência que temos.

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Administradora de Empresas, MBA de Tecnologia da Informação pela FGV e formação de Personal & Professional Coaching pela SBC. Mais de 20 anos de trabalho em empresas de grande porte e com experiências diversificadas, como gerenciamento de operações, desenvolvimento de negócios, comunicação, vendas, marketing e alianças. Executiva de Marketing. Escritora no livro Mulheres do Marketing, da Editora Leader, e colunista no Jornal Leader.