A inflação nossa de cada dia

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Caros(as) leitores(as),

Muito prazer! Sou o Daniel Cecchetti – brasileiro, pai da Manu e da Mel e apaixonado pelo mercado financeiro e suas nuances.

É com grande prazer que inicio esta parceria com vocês. Estou muito feliz com a possibilidade de dividir com vocês um pouco do que sei e muito do que continuo aprendendo diariamente nesse mercado. Tentarei trazer uma leitura leve e sem muito economês – prometo que me esforçarei! (rs…)

E, para começar, não dá para falar da economia atual sem passar pela inflação que vem “assombrando” o mundo e especialmente nós aqui no Brasil. E também não dá para deixar de explicar como a guerra da Ucrânia x Rússia nos impacta muito nesse aspecto.

Para entender o impacto inflacionário, vale pontuar que esses dois países são produtores importantes de commodities energéticas (petróleo e gás), agrícolas (milho e trigo) e fertilizantes e as exportam para vários países do mundo. Por conta disso, a alta de preços desses produtos seguirão pressionando o ambiente inflacionário, que por sua vez aumenta as expectativas sobre as decisões que os bancos centrais globais tomarão sobre os juros.

As sanções econômicas lançadas sobre a Rússia pelos países ocidentais, como exclusão do sistema de transferência financeiras Swift, ainda possuem efeitos incalculáveis na economia global.

Para se ter uma ideia da dimensão da inflação global, nos Estados Unidos, o principal índice de inflação fechou fevereiro em 7,9% no acumulado dos últimos 12 meses. É a maior taxa registrada desde janeiro de 1982, quando o índice foi de 8,4%.

No Brasil, a inflação registrou alta de 1,01% em fevereiro de 2022, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no dia 11/03, pelo IBGE. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,54%.

Para tentar conter nossa inflação, o Banco Central brasileiro aumentou novamente a taxa básica de juros, a Selic, que passou de 10,75% ao ano para 11,75% a.a. Esse foi o nono avanço consecutivo da Selic. Quando se aumenta a taxa básica de juros, o “custo do dinheiro fica mais caro”. Aumentar os juros é a forma que os bancos centrais têm de controlar a inflação, fazendo com que haja menos consumo, menos crescimento. Em contrapartida, se não for bem dosada, essa alta pode gerar estagnação da economia. E certamente esse será um assunto que valerá a pena detalhar em outra publicação.

No último relatório Focus do Banco Central, os economistas que participam da pesquisa passaram a prever uma Selic de até 13% para o ano de 2022. Com a acomodação da inflação, a taxa deve voltar a cair no final de 2022 e início de 2023.

Mas… voltando a falar de inflação, por que é tão importante controlá-la?

Porque a inflação corrói o poder de compra dos consumidores e impacta a todos, na medida em que o dinheiro passa a valer cada vez menos…

Diante do exposto acima, você deve estar se perguntando: como eu protejo meu patrimônio diante de um cenário tão desafiador?

Em cenários como este, o investidor deve procurar por ativos que mantêm o poder de compra no longo prazo, os chamados ATIVOS REAIS.

Os ATIVOS REAIS seguem sendo a melhor forma de proteção de capital atualmente.

Esses são aqueles ativos que mantêm seu poder de compra no longo prazo:
1. Renda Fixa: os títulos atrelados à inflação (IPCA+) e pós-fixados;
2. Commodities (através de empresas sólidas que trabalham com commodities, por exemplo);
3. Imóveis e terras (Fundos Imobiliários e Imobiliários do agronegócio);
4. Ações de empresas sólidas.
Vale sempre lembrar que não há uma regra geral ou receita de bolo que funcione para todos os investidores, mas podemos pensar em investimento de duas formas:

a) Investimentos de curto-médio prazo; e
b) Investimentos de longo prazo.

No curto e médio prazo, a Renda Fixa segue muito atraente e os investidores devem aproveitar o bom momento e surfar a onda das altas taxas.

Para o horizonte de longo prazo, não há melhor momento para se posicionar em ativos de renda variável. Vale ressaltar que no Brasil temos várias empresas sólidas voltadas para o setor de commodities. Somos fortes exportadores agrícolas, de minério, etc…

Outro ponto é que, considerando a guerra na Ucrânia x Rússia somada ao juro alto brasileiro (que tende a continuar nesse patamar por algum tempo), aumenta a possibilidade de maior entrada de recursos estrangeiros, o que cria um cenário mais favorável para valorização da nossa moeda, o Real.

Por ora, fico por aqui! Até a próxima!

Forte abraço!