Aprender a aprender

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Quando falamos em aprender, são frequentes as lembranças da escola, faculdade, conferências, treinamentos corporativos e outros espaços formais de instrução.

Também são comuns relatos sobre a aprendizagem em locais de trabalho, no convívio com colegas de diferentes perfis e experiências.

Existe ainda a dura “escola da vida”, eficaz para resolver questões cotidianas, mas quase inócua para a evolução do indivíduo.

Trago esses exemplos para argumentar que a aprendizagem (o processo) é ininterrupta. Que o aprendizado (o produto) é cumulativo e ocorre na interação, como diz Vygotsky. E que, com consciência disso, aproveitamos melhor os caminhos que se descortinam.

Algumas propostas para essa tomada de consciência:

1. Pratique a escuta ativa. Tenha real interesse pelo que está sendo dito. Isso é um desafio – sobretudo em nossa cultura, em que tendemos a interromper as falas uns dos outros –, mas o esforço compensa.

2. Fuja dos prejulgamentos. Não confine o discurso do seu interlocutor a seus pressupostos sobre ele. Idade, profissão, credo, gênero etc. podem ajudar a contextualizar a mensagem, mas nunca servir de pretexto para desqualificá-la.

3. Desça do pedestal. Muitas vezes a posição de liderança e sucesso que ocupamos acarreta o medo de demonstrar desconhecimento. Permita-se fazer perguntas e ouvir atentamente as respostas.

4. Acolha o debate e a divergência. Cuidado com a armadilha que leva a depreciar posicionamentos diferentes. O dissenso é uma oportunidade riquíssima de aprendizagem ao confrontar múltiplas perspectivas.

5. Habitue-se a parar para pensar. Muitas vezes novos aprendizados começam a germinar, porém o dia a dia corrido acaba impedindo-os de florescer. Reflita ativamente sobre o que aprendeu e incorpore ao seu repertório o que fizer sentido.

É provável que, com essa atitude, você perceba sua evolução intelectual. Amplie sua visão de mundo. Sinta-se mais capaz. Cerque-se de outras pessoas ávidas por se desenvolver. E seja mais feliz. É bom aprender a aprender!

PARA SABER MAIS

Aprender a aprender
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_pilares_da_educação

Lev Vygotsky

Teoria de Vygotsky: como os alunos aprendem?

Escuta ativa

Escuta ativa: como pode ajudar nos relacionamentos interpessoais

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Tem formação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e experiência de mais de 30 anos em Educação, cerca de 20 deles como executivo na área. Atua também na liderança de associações profissionais. É autor, palestrante, consultor, conselheiro de administração e professor. Vê a Educação como o caminho mais democrático e eficaz para que pessoas e sociedades atinjam seu melhor potencial.