Os desafios e barreiras das PCDs na sociedade e no ambiente de trabalho

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Um dos temas mais debatidos nas reuniões e propostas de trabalho sobre diversidade e inclusão das quais participo é o das pessoas com deficiência (PCDs). E esse desconhecimento se dá não só quanto à lei de cotas, que desde 1991 determina que as empresas reservem vagas para elas em percentuais progressivos (de 2% para até 200 empregados e de 5% para mais de 1.000 empregados), mas principalmente sobre qual é o tratamento que deve ser dado a essas pessoas para que se sintam incluídas de fato e possam ter melhor desempenho.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 46 milhões de PCDs, cerca de 24% de nossa população, que declaram algum grau de dificuldade nas habilidades pesquisadas (enxergar, ouvir, caminhar, subir degraus, deficiência mental ou intelectual). E esse número aumenta a cada ano devido a acidentes de trabalho, de trânsito, etc. Além de pesquisar as deficiências, o IBGE aponta também que a questão da mobilidade urbana ainda é um grande desafio, pois entre os quase 2.000 municípios pesquisados somente 12% possuem frota totalmente adaptada e 48%, parcialmente adaptada.
Nas empresas, os esforços para adaptações na infraestrutura são louváveis, mas ainda requerem atenção especial quanto à acessibilidade para usuárias(os) de cadeiras de rodas – como elevadores especiais ao lado de escadas, adaptações nos banheiros, etc., equipamentos especiais para pessoas com redução parcial ou total da visão, adaptação no mobiliário, dentre outras providências.
Como estudioso de cultura organizacional, entendo que o mais urgente é a preparação das pessoas para lidarem com essa realidade por meio da incorporação de novos comportamentos e educação maciça, para entendermos que deficiências não definem ninguém e que estas pessoas têm totais condições de desempenhar suas funções como qualquer outra pessoa.
A inclusão de PCDs na sociedade só será efetiva quando derrubarmos todas as barreiras, físicas e comportamentais.

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Graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Gestão de Pessoas pela FGV, sou Diretor-Líder dos serviços em Diversidade e Inclusão da Deloitte Brasil. Há 25 anos atuo em grandes projetos liderando temas como cultura, liderança, diversidade e inclusão, dentre outros. Sou fundador da “JMS Consultoria em Gente” e voluntário em programas de mentoria para profissionais jovens e maduros.