A especialista no comportamento feminino, também palestrante e escritora Alice Schuch, vem referindo-se à mulher madura como especial. Segundo ela, depois dos 50, é possível degustar uma experiência única e prazerosa, uma etapa da vida referida em metáfora pela pesquisadora como a “fase sobremesa”.
Na vida real, explica Alice, nem todo vinho, assim como nem todo ser humano, torna-se amargo com a idade. “Diz-se que o vinho quanto mais velho melhor, não qualquer vinho, mas aqueles vinhos especiais, cujo amadurecimento adequado permite extrair a quinta essência”, reforça.
Ela diz que não são os cabelos brancos, não são as rugas que de repente granjeiam prestígio à fase madura, mas o constante aperfeiçoamento. “A vida anterior vivida de modo responsável porta ao final seus frutos… e, certamente, quem os tiver conseguido não fará como o ator mal ensaiado que fracassa no fim do ato”, ilustra.
A sobremesa apresenta doce paladar e a “fase sobremesa” remete à ideia de complemento e proporção, harmonizada por uma imagem de festa.
“Se perguntarmos a um agricultor, por mais idoso que este seja, para quem ele planta, certamente responderá que a grande vida quer que não somente ele receba dos seus antepassados as sementes, mas também que as transmita aos seus pósteros, pelo prazer de andar, amar, renascer, pois o belo da existência é vivê-la e transmiti-la”, observa Alice Schuch.
Os camponeses, seus vizinhos e seus amigos estão presentes no campo quando deve ser realizado algum trabalho importante: semear, colher, armazenar… E se esforçam em tais atividades, mesmo sabendo que delas não obterão proveito. Plantam árvores que trarão frutos apenas na década seguinte. “E não abrem mão dessa doce sobremesa”, completa.